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A Farah nos deu este texto de presente sobre sua viagem pela África! Um texto completo com toda a sua experiência pelos safáris na Tanzânia! A emoção de ler cada palavra vai fazer você repensar sobre seus destinos de férias! Quem sabe depois de ler este texto você não se anima em uma aventura pela África?!?
Ps: O texto e todas as fotos deste post são de autoria de Farah Serra, você pode acessar os blogs da Farah aqui neste link e neste aqui.
“Há poucos meses embarquei em uma super aventura: fui fazer safári na África! No meu roteiro constaram quatro parques: Arusha National Park, Tarangire National Park, Serengeti National Park e Ngorongoro Crater.O vôo da Itália até lá foi beeem longo. Como organizamos (eu, meu amore e mais um amigo) a nossa viagem de forma independente (sem agências de turismo) só pegamos vôos de linhas regulares. O que não foi a melhor opção, pois como não existem muitos vôos para lá, enfrentamos várias horas de espera entre as conexões – tanto na ida quanto na volta.
Fizemos o seguinte trajeto: Milão – Istambul –Dar Es Salaam (capital da Tanzânia) – Arusha. Na volta fizemos o inverso. Antecipadamente, pela internet, contratamos um receptivo local para os safáris – logo mais te explico o porquê, mas já te adianto que essa foi a melhor opção!
Assim que desembarcamos já identificamos o motorista do nosso receptivo. Do aeroporto ele nos levou direto para a agência, pois ainda tínhamos que efetuar o pagamento. Lá, para a maioria dos serviços, precisa ter dinheiro a vista. O rapaz com qual negociamos já tinha nos avisado, mas isso vale para tudo – cartões não são muito bem aceitos, acho que eles mal sabem o que são traveler’s cheque e o Euro não é aceito em todos os lugares. A dica é: levar notas de dólar americano, ou sacar a moeda local nos caixas eletrônicos (que não são tantos, por segurança leve uma quantidade razoável com você).
Onde fica a Tanzânia no mapa?
Fica no leste da África, entre o Kênia e Moçambique. Um passeio só pelos safáris da Tanzânia e Zanzibar já vale a viagem. Se você quiser uma experiência completa e bem diferente, pode pensar em fazer Tanzânia, Madagascar e África do Sul! Mas só se tiver com tempo!
Como chegar na Tanzânia?
De avião! Nossa rota foi assim:
Trecho 1: Itália até Dar Es Salaam, pela Turkish Airlines (Você pode voar pela South African Airlines até lá, fazendo conexão em Johanesburgo)
Trecho 2: Dar Es Salaam até Arusha – Precision Air (ida)
Trecho 3: Arusha / Dar Es Salaam – Fastjet (volta)
Trecho 4: Dar Es Salaam / Zanzibar (ida) – Hahn Air (um charter – super teco-teco)
Trecho 5: Zanzibar / Dar Es Salaam (volta) – Precision Air
A minha rota na Tanzânia
1. Arusha National Park:
Bom, assim que chegamos em Arusha, nosso guia nos levou ao hotel para deixar as malas e trocar de roupas. No horário combinado, chegou outro motorista com o jipe e assim partimos para o nosso primeiro safári no Arusha National Park. Esse é um dos menores parques da região. Não tem tantos animais, mas ali tem duas oportunidades únicas: ver o Momella Lake – um lago completamente rodeado por flamingos; e fazer uma trilha a pé (com um guarda armado, por segurança), até uma linda cachoeira. Durante essa caminhada passamos por um grande campo, onde tinham vários búfalos pastando. A natureza por lá é linda e tem árvores centenárias – maravilhosas! De lá voltamos direto ao hotel. Estávamos quebrados e a cidade de Arusha não tem nada de belo. É uma cidadezinha muito pobre, sem grandes arquiteturas e estruturas. Além disso, é uma cidade perigosa para turistas.
No dia seguinte, cedinho, partimos então para a nossa grande viagem. Só voltaríamos para essa cidade/hotel na última noite, após sete dias de ‘wildlife’. E Hakuna Matata! Não sabíamos, mas antes de partir descobrimos que dividiríamos o nosso jipe com uma família de quatro pessoas. Eles também não sabiam e isso gerou certo estresse com o proprietário do receptivo local. Porém, não adiantou reclamar. Seguimos todos juntos – o jipe era grande e ficamos confortáveis.
Aqui vale um ponto de observação: apesar de ser uma empresa profissional e com certa experiência no mercado a logística do serviço não é das melhores, do tipo: primeiro eles pegam os turistas para então ir ao posto de gasolina abastecer o jipe, comprar as comidas e as águas, e por aí vai. Eles fazem tudo do melhor jeito que podem e sabem, mas logo se percebe que eles não estudaram e que os funcionários não passaram por treinamentos, etc. Lá eles aprendem tudo na raça, na experiência. Até mesmo com o inglês é assim. Eles aprendem escutando e falando, sem cursos, aulas, nada. É preciso ter paciência e esperar que fique tudo pronto para então partir.
A recomendação é que turistas não andem pelas ruas sem a companhia de um guia local – não é recomendado andar com máquinas fotográficas, mochilas, passaporte, cartões e muito dinheiro. Isso vale para todas as cidades da região.
2. Tarangire National Park
E assim fomos rumo ao nosso segundo safári, desta vez no Tarangire National Park. A viagem foi longa, durou cerca de 3 horas. Lá tivemos uma primeira tarde de game drive – como eles chamam os passeios. Logo que chegamos ao parque nos deparamos com uma família de girafas e assim foi até o fim do dia. Passamos por grandes bandos de animais – elefantes, macacos, zebras, javalis, veados, pássaros e muitos, muitos wildebeests – os gnus, pra mim um dos animais mais feios do mundo, mas vimos tantos que até virei fã deles! Nossa, era uma infinidade de animais. O legal é que são todos aos montes. Eles estão todos soltos, por isso ficam misturados entre si. Ali se vê também muitos filhotes – o que é sensacional! Porque além de serem lindinhos isso significa que eles estão super bem, já que se reproduzem aos montes.
No final do dia fomos para o nosso primeiro camping. Eram tendinhas com ‘banheiro particular’, mas a céu aberto e cercado por tábuas cheias de frestas. Em tese tinha água quente, mas eu dei azar. Quando tomei banho só tinha água fria, mas o meu amore foi presenteado com água quentinha.
Ah! Nós tínhamos um cozinheiro nos acompanhando – em todos os campings era ele que cuida do nosso esfomeado estômago. Ele era muito bom e a comida, apesar de simples, era sempre muito saborosa!
3. Passeio em Mto wa Mbu:
No dia seguinte de manhã continuamos o game drive no Tarangire e logo depois do almoço partimos para um tour cultural em Mto wa Mbu. Foi bem legal! Com um guia local fizemos uma caminhada por um vilarejo e depois seguimos por dentro de um bananal (que tinha cara de lamaçal) até um lago. De cultural na verdade não tinha muito, mas foi um passeio divertido e imundo!
Antes do final da tarde voltamos para o camping, recarregamos o jipe e seguimos rumo a Serengeti. Como já era noite fomos direito para o nosso 2º camping – o detalhe foi que para chegar ao camping já passamos por dentro do parque e vimos vários bichos. Foi lá que vi algo que jamais imaginei ver ao vivo. Ali presenciamos a migração dos wildebeests e das zebras, e também vimos muuuuuiiiitaaaassss gazelas e impalas. O impressionante foi que além de ver milhares wildebeests e zebras espalhados pelos campos, também vimos a linha no horizonte: ‘a fila andando’! É lindo!!!
4. Serengeti National Park:
Madrugamos na manhã seguinte, porque íamos ver o nascer do sol e o amanhecer dos bichos lá no Serengeti National Park. Esse parque é famoso pelos animais felinos – leões, chitas, etc. Foi lindo! Vimos muitos mais bichos, pois como o dia ainda não estava tão quente, eles estavam se movimentando bastante. Vimos até um casal de leões dando uma namoradinha matinal e logo mais adiante passamos por uma grande família cheia de leõezinhos brincando entre eles. Só ali já havíamos ganhado o dia, não precisávamos ver mais muitas coisas… mas vimos! Vimos uma chita toda preguiçosa na árvore (elas são raras de se ver), também vimos mais um monte de zebras, elefantes, hipopótamos, cegonhas, gnus, etc., etc., etc…. Novamente voltamos para o camping na hora do almoço e após um breve descanso seguimos para mais um game drive – aonde vimos outro montão de bichos. Inclusive uma leoa caçando – por sorte (minha) os porquinhos selvagens fugiram! Eu não queria ver um Discovery Channel ao vivo! Mas mesmo assim, vimos uma leoa comendo um búfalo e quatro hienas a espreita, só esperando pelos seus restos…
Dormimos duas noites no camping Serengeti National Park. Essas noites foram divertidas e assustadoras. Vários rumores, rugidos. E o medo de ir ao banheiro?!
Lá também não tinha água quente, era um lugar bem selvagem. Logo montamos as barracas e corremos para tomar um banho gelado – antes que esfriasse demais. Depois da janta, fomos dormir. Ali se dorme cedo, pois os dias são intensos. Uma coisa bacana e ao mesmo tempo assustadora foram os rumores. Ouvimos muitos ruídos, muitos rugidos, muitos e muitos barulhos estranhos – perto e longe da barraca. Ir ao banheiro a noite é só para os fortes e muito necessitados! O lindo desse lugar era o céu, quantas estrelas!!! Ver aquele céu cheio de estrelas – Ahhhh! É um paraíso!!
Mas cuidado! Quando se acampa em lugares assim é preciso guardar todos os seus pertences dentro da barraca, inclusive tênis e chinelos. Os integrantes da família que estavam com a gente deixaram seus sapatos para fora e no dia seguinte ficaram sem, pois as hienas os pegaram. Por sorte, o nosso guia achou alguns no meio do mato, mas não todos. Eles também falam para não guardar comidas na barraca, pois os animais sentem o cheiro e pode ser perigoso.
Após a segunda noite, novamente madrugamos e depois de mais uma rodada de game drive voltamos para o camping, almoçamos, desmontamos as barracas, guardamos as coisas e seguimos rumo ao nosso último parque: Ngorongoro Crater. Estávamos excitados porque este é o parque dos rinocerontes. O único animal que ainda não tínhamos visto!”
5. A tribo Massai
Foram várias horas de viagem. Nesse trajeto vimos vários bichos e muitas pessoas das comunidades locais. No caminho paramos para conhecer uma tribo de Maasai e também em um lindo mirante – de onde apreciamos a vista de toda a cratera Ngorongoro. Foi uma linda viagem!
Ainda no jipe acertamos o valor com o representante da tribo. Sim, se paga para poder entrar na aldeia e visitá-los.
PS: Nós pagamos 10 dólares por pessoa.
Segundo o nosso guia, o preço padrão. Lembrando que eles só aceitam dinheiro e dólar.
Foi uma experiência incrível. Primeiro assistimos e participamos de suas danças típicas. As mulheres e os homens cantam e dançam separados. Eu participei da dança das mulheres e os homens são convidados a saltarem como eles fazem – o que é praticamente impossível, porque eles pulam muuuito alto. De lá seguimos com o guia da tribo – sempre um homem. Ele nos contou sobre sua cultura e tradição, nos apresentou a sua casa (uma oca minúscula) e nos levou até a escolinha das crianças. Elas são lindinhas, mas a escola… é algo sem estrutura alguma! Apesar de ver a felicidade na cara das crianças é triste ver as condições em que elas vivem e estudam. No fim, como todo bom tour, terminamos em uma feirinha com os artesanatos feitos por eles. Tem coisas lindinhas por ali!
Após essa super pausa, paramos também em um mirante. Lá do alto dava para ver a enormidade e a beleza da cratera de Ngorongoro.
“A cratera de Ngorongoro é uma das maiores atrações da Tanzânia. É também considerada a Arca de Noé da África Oriental, por abrigar no seu seio a quase totalidade das espécies animais daquela região, integrados num ecossistema que ainda não foi afetado pela mão do homem. Observado do alto das suas falésias ou do fundo da sua vastíssima cratera, o Ngorongoro é um dos locais mais fascinantes de África.” *Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ngorongoro
6. Ngorongoro Crater:
Até que… chegamos ao camping – armamos as barracas e fomos pro banho. Esse sim com água quente! Maaaas, você tem que dar sorte, pois a água quente depende do chuveiro que funciona e da quantidade de pessoas tomando banho. Lá do alto, antes do completo anoitecer, deu para ver um pouco a bela vista da cratera que visitaríamos no dia seguinte. E nesta noite jantamos embaixo de uma linda e gigante árvore – logo no topo da cratera. Estava muito frio!! Ali também ouvimos vários rumores e para aumentar a aventura apareceu um elefante gigante por lá.
Madrugamos novamente e seguimos então para o nosso último safári. Em Ngorongoro vimos mais muitos e muitos dos animais que já havíamos visto, mas também conhecemos alguns lindos pássaros que não havíamos visto antes e também presenciamos uma interessante formação de cegonhas – voando em círculos tipos um ciclone. Foi fantástico! Também vimos, mas bem de longe (com binóculos) rinocerontes. Foi uma pena porque queríamos tanto vê-los! Porém, não demos sorte. É muito difícil vê-los, nós já sabíamos, mas mesmo assim tínhamos grandes esperanças…
É muito difícil ver rinoceronte por quê: só existem 20 rinocerontes (!!!!) naquela região. Os últimos da espécie estão lá em Ngorongoro. Eles estão em grande risco de extinção.
Mesmo hoje a caça, por causa do seu chifre, é violenta. E isso é realmente muuuuuito triste!
Passamos mais um dia lindo e excitante e antes de irmos embora fomos presenteados por um leão super exibidinho. Ele ficou fazendo mil poses bem pertinho dos jipes – para o delírio geral da galera!
No meio da tarde começamos a nossa viagem de volta para Arusha, onde passamos mais uma noite antes de partirmos para Zanzibar.
Mas bem… Isso será parte de outra história. Aguarde!
Onde dormir na Tanzânia?
Nos campings! Claro que há hotéis também, mas os campings deixam a experiência bem mais selvagem! O site que usamos para reservar o pacote do safári foi esse aqui: http://www.safaribookings.com/ Mas aqui vai o detalhe de cada noite:
Primeira e última noites
Dormimos na cidade de Arusha, no Arusha Tourists Inn Hotel
Este é um hotel bem simples, mas limpo e com comida relativamente boa
Segunda noite
(Tarangire National Park): Sunbright Tented Lodge
Terceira e quarta noites
(Serengeti Wildebeest Migration): Seronera campsite
Quinta noite
(Ngorongoro Crater): Dormimos na área de camping do próprio parque. É um camping público.
Últimas dicas sobre a Tanzânia
Para chegar na Tanzânia é preciso ter visto – mas é muito fácil conseguir. Você pode comprá-lo: diretamente lá no aeroporto de Dar Es Salaam; nos Consulados/Embaixadas da Tanzânia; ou em alguma agência de turismo. Nós compramos antes, diretamente da Embaixada da Tanzânia. E fizemos bem, porque a fila no aeroporto estava gigante. É preciso tomar vacina de febre amarela (obrigatória) e antitetânica (altamente recomendável).
Muitos tomam remédios contra a malária. Nós não tomamos, mas usamos aquelas pulseirinhas repelentes o tempo todo – mas elas não duram o total de horas que diz na embalagem. É legal se informar com o seu médico e tomar a melhor decisão para você.
Sobre o seguro: nós fizemos seguro de viagem. É importante optar por um que tenha locomoção aérea, pois esse é o único meio rápido de chegar a um atendimento médico descente. A estrutura hospitalar do país é terrível.
É possível alugar um jipe e fazer os passeios por conta própria, pagando apenas as entradas dos parques. Mas quase ninguém faz isso! Além de ser mão inglesa e ser necessário ter uma licença especial para dirigir no país, é legal ir com o guia porque eles conhecem muito dos animais, da natureza e da cultura da região. Lá não é um zoológico, não tem placas indicando onde os animais estão – eles estão lá e por lá.
Leve:
- Repelentes. Mais de um pote. Lá não existe mercado e nas poucas lojinhas que existem nem todas vendem e as que vendem cobram uma verdadeira fortuna.
- Bolachinhas e docinhos para beliscar. Não tem muitos lugares para comprar. Chocolate não é bom, lá faz muito calor – derrete.
- Mais de um chip de memória e mais de uma bateria para a máquina. Cada um de nós tirava mais de 10 gigas de fotos por dia! É tudo muito lindo! É muita foto!! É uma viagem de fotos!
- Agasalhos. Faz muito frio à noite!
- Equipamentos para camping. Se não der para levar a sua barraca, leve ao menos o seu sleeping bag, ou pelo menos aquele lençol de colocar dentro do sleep. Higiene não é o forte deles. Eles não dão travesseiros. E lanterna é fundamental!
- Um kit de emergência. Alguns remédios básicos para dor de cabeça, diarreia, etc., também Band-Aid e anticépticos. Não vimos nenhuma farmácia por lá. Também se lembre do protetor solar, mesmo estando o dia inteiro dentro do jipe o sol pega pesado e queima de verdade.
- Álcool gel e papel higiênico – itens essenciais!
Não Faça:
- Não é super aconselhável levar laptop e/ou tablet. Na maioria dos lugares não tem wi-fi, nem tomadas para recarregar e é perigoso deixar na barraca – porque não existe segurança – e no jipe é uma poeira só. O problema disso é o backup das fotos – o que pode ser bem importante para você garantir que não perderá fotos no caso de algum incidente e nem oportunidades de novas fotos por falta de memória na máquina. (No nosso jipe tinha uns plugs para carregador de baterias, mas não sei se tem em todos.)
- O mesmo vale para o dinheiro, cartões, documentos e comidas – não deixar na barraca!
- Nada de comer comida crua e água só mineral em garrafa lacrada. Nada de gelo! Nós compramos purificadores de água, mas no fim não usamos.
E no mais, divirta-se!!!!”
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