-
Posted By admin
-
-
Comments 0
Você anda pensando em curtir um verdadeiro inverno na Europa? Sim?! Opa! Com este roteiro de inverno na Europa eu não somente percorri vários quilômetros, visitei 5 países e 21 cidades, como também vi paisagens incríveis, toquei toda a fofura e abundância da neve e me apaixonei. Passei frio também, mas me diverti horrores.
Então, bora lá, venha comigo, que te conto como foi a minha viagem por alguns países da Europa no inverno.
Tudo começou pela parte mais fria do inverno na Europa. Em dois casais, alugamos um carro e viajamos pela Áustria, Eslováquia, Polônia e República Tcheca. Depois, continuamos a viagem pela Itália de trem, passando por um roteiro de inverno na Europa mais romântico e menos frio que o norte!
Nosso roteiro de inverno na Europa
Foi uma viagem de final de ano, entre dezembro e janeiro. Durante 19 dias passamos por 5 países e 21 cidades. Na primeira parte do nosso roteiro de inverno na Europa, o meu objetivo era conhecer a neve. Tive uma overdose de neve, já que não passamos um dia sem vê-la em demasiadas proporções – até mesmo rio congelado, que eu pensava que fosse algo impossível de ver, vimos.
O objetivo dos homens era esquiar. Eu também queria, mas a minha primeira tentativa não foi nada fácil. Passei um belo sufoco na montanha com uma crise de pânico de tanto cair. Hoje dou risada, mas vivi maus bocados ao resolver subir montanha acima. Contudo, descobri que não tem nada mais gostoso do que patinar em lagos congelados.
Por fim, antes de voltar para casa, eu queria mesmo era curtir o meu amor, os vinhos e os panoramas italianos. Foi lindo demais!
1º dia – Milão2º dia – Milão / Innsbruck3º dia – Innsbruck
4º dia – [Natal] Innsbruck / Salzburgo
5º dia – Salzburgo6º dia – Salzburgo / Viena7º dia – Viena / Bojnice – Castelo de Bojnice8º dia – Chopok9º dia – Chopok / Kosice / Preson / Bardejov10º dia – [Ano Novo] Bardejov / Cracóvia11º dia – Cracóvia12º dia – Cracóvia / Brno13º dia – Brno / Ceske Budejovice14º dia – Ceske Budejovice / Ceske Krumiov / Linz15º dia – Linz / Passau / Údine
16º dia – Údine / Veneza / Verona
17º dia – Verona / Pisa / Lucca
18º dia – Lucca / Gênova
19º dia – Gênova / Milão
1. Comunicação
O eslovaco é uma língua realmente difícil de se entender e impossível de se ler. Contudo, mesmo que poucos falassem inglês, sempre encontramos pessoas disponíveis e dispostas a nos ajudar.
Da mesma forma o polonês é uma língua complicada para se comunicar. A diferença é que na Polônia muitos falam inglês.
2. Moedas locais
A moeda da República Tcheca é a Coroa Tcheca, enquanto, a da Polônia é o Zloty. É fácil fazer a conversão para essas moedas nas casas de câmbio locais, porém, para trocar, leve Euro ou Dólar, pois, nem todas aceitam o Real brasileiro.
Os demais países do nosso roteiro de inverno na Europa trabalham com o Euro.
3. Locomoção
Carro
Nós alugamos o carro em Innsbruck e o devolvemos em Linz (ambos na Áustria, apesar de muitas locadoras europeias permitirem a devolução do veículo em outro país). Em média as viagens de carro duraram entre duas e três horas. O trecho mais longo foi da Cracóvia para Brno, que demorou quatro horas.
Caso você esteja pensando em alugar um carro leve em consideração a sua experiência em dirigir em condições extremas durante o inverno na Europa. Igualmente se certifique que o carro está adaptado, com pneus de neve e correntes. Bem como se tem a espátula para remover o gelo do para-brisa.
Os países da Europa Central são muito agradáveis para se conhecer de carro. Uma vez que os trajetos são lindos, cheios de montanhas, rios, lagos e paisagens maravilhosas. Além disso, as estradas e os serviços rodoviários são ótimos.
Leia também: Como alugar um carro na Europa?
Trem
Já quando se viaja de trem, como fizemos na segunda parte da viagem, o alerta é para a quantidade, tamanho e o peso da bagagem. Isso porque muitas das estações de trem são antigas e cheias de escadas.
O tempo das viagens de trem dependeram do tipo de trem que escolhemos. Em alguns trechos do nosso roteiro de inverno na Europa, nós optamos pelos trens diretos e em outros por aqueles que vão parando de cidade em cidade. A diferença fica no preço e a disponibilidade de horários – normalmente, o “intercity”, é mais econômico e possui uma frequência maior.
Nas estações é normal encontrar postos de informações turísticas que dão mapas e indicações de todas as atrações do destino. Nas cidades em que passamos é possível seguir caminhando até os centros históricos ou pontos turísticos. Mas, de toda forma, sempre existe a opção de ir de ônibus ou de táxi.
Veneza, devido aos seus canais, tem um modo de locomoção particular. Uma vez dentro do centro histórico, não há outra opção a não ser se locomover a pé ou de barcos. Lá você pode tanto contratar uma gôndola, ou comprar um bilhete para uma viagem regular em um Traghetto, ou ainda chamar um barco-táxi.
Carro ou trem? Depende.
Com carro você não só tem liberdade de horários, como também tem mais estresse no sentido de não poder dormir durante o percurso, de ter que lidar com as condições meteorológicas, de procurar vagas de estacionamentos, etc. O trem não tem nada disso, porém, há a preocupação com os horários e a delimitação do tempo de passeio pelas cidades. Faça as contas também, dependendo da quantidade de pessoas na sua viagem, o carro pode ficar bem mais em conta para a sua viagem de inverno na Europa.
4. Hospedagem
Ficamos em hotéis de 2,3 estrelas e também em bed and breakfast, uma vez que ambos são muito razoáveis aqui pela Europa – quando se tem a intenção de apenas passar a noite.
A observação está para dois importantes destinos turísticos: Viena e Veneza. Nestes lugares, mesmo uma simples pensão, custará consideravelmente mais do que custaria em outras cidades. Neste caso, se quiser economizar, procure alternativas nas cidades do entorno ou, no caso de Viena, fora do “Ring”.
5. Alimentação
Todos esses destinos são ótimos para os amantes da boa mesa. Os da primeira parte são ainda melhores para os apreciadores de cerveja. Não faltam restaurantes típicos e cervejarias pelas ruas das cidades. Lá a cerveja não custa quase nada e chega até a ser mais barata que a garrafa d’água.
Os cafés de Viena são tão importantes para a tradição local que entraram para a lista de Patrimônio Cultural e Imaterial da UNESCO. Por isso, existem inúmeros deles espalhados pela cidade. Não só entre em um para saborear o Sachertorte ou o Apfelstrudel, como também passe em Naschmarkt, onde você encontra algumas opções de restaurantes para provar o Schnitzel – outro símbolo da gastronomia local.
Eventualmente, na Polônia, não deixe de experimentar as sopas, Zurek ou a Barszcz. Prove ainda os pasteizinhos chamados Pierogis, muito tradicionais na região. Para um lanchinho considere o sanduíche que se vê por todo lado, o Zapiekanki.
Na República Tcheca, em České Budějovice, não perca a chance de degustar (na fábrica Pivovar Budějovický Budvar) a verdadeira Budweiser!
Da Itália nem vou falar porque você já sabe… Mas aqui tem um link com dicas para comer na Itália!
6. Esqui na Europa
Esqui é um esporte que, como qualquer outro, pode ser perigoso se não for praticado de maneira correta e segura.
Apesar de parecer moleza, não é nada fácil para iniciantes. Por isso, se for a tua primeira vez, faça uma das aulinhas pagas para aprender o básico antes de se arriscar nos picos mais irados. Geralmente são aulas de apenas um ou duas horas e não custam tanto nestes locais.
Veja ainda quais tipos de pistas o estabelecimento possui e escolha de acordo com o seu nível de experiência. Normalmente você compra um ingresso na própria bilheteria da estação de esqui ou nas agências e escritórios de turismo locais.
Aliás, os parques vendem seguros contra acidentes. Independente da sua prática, considere contratar o seguro. Principalmente porque os seguros de viagens, via de regra, não cobrem acidentes e resgates em resorts de esqui. Vale se ligar nisso para evitar voltar da viagem com tudo (inclusive o bolso) quebrado.
Para esquiar você tanto pode usar o seu equipamento, se os tiver, quanto pode simplesmente alugar tudo – desde equipamentos às roupas e acessórios. As vestimentas não só devem ser confortáveis e quentes, como também devem ser impermeáveis. Se decidir alugar as roupas, a minha sugestão é que leve underclothes (aquelas roupas térmicas para usar por baixo) e meias extras, pois, independente do frio, você irá suar (e nunca se sabe o quão limpas são as peças que estas empresas alugam). Aqui tem um link com dicas de roupas para esquiar.
Ainda que as estações de esqui costumem ter mais de um restaurante é altamente recomendado que você leve água e alguns snacks (por exemplo, chocolate por dar um rápido pico de energia), caso te bata aquela fome ou fraqueza lá no alto da montanha.
7. Caminhar
Mesmo viajando de carro e de trem, eis o que mais fizemos no nosso roteiro de inverno na Europa: caminhar. No momento em que chegávamos onde queríamos, caminhávamos sem pressa prestando atenção em tudo. Era o momento de esticarmos o corpo, ativarmos a circulação e descobrir cantinhos especiais.
Mas no frio, é importante estar bem vestido para fazer caminhadas mais agradáveis! Aqui tem um post com dicas do que vestir no inverno na Europa.
- Foto: Victoria Chudinova stock.adobe.com
- Foto: Andrey_Arkusha stock.adobe.com
- Foto: rohappy stock.adobe.com
Leia também: Viagens no inverno, o que levar?
Nossos destinos de inverno na Europa
Nas cidades deste roteiro de inverno na Europa, andar e “se perder” muito provavelmente será a melhor parte da tua viagem. Cada centro histórico tem, inegavelmente, o seu charme, o seu estilo, o seu encanto, a sua ascensão ou decadência.
Para que o texto não fique muito longo, deixarei apenas as minhas impressões sobre os países que passamos e algumas dicas do que não perder em cada um!
Áustria
Na Áustria, a estação fria é realmente maravilhosa. Só para ilustrar, não faltam resorts de esquis e lagos congelados (onde é possível fazer patinação no gelo ao ar livre). Os austríacos usam a palavra Gemütlichkeit para descrever um estado de calor, simpatia, bom humor e um lugar acolhedor e confortável. Aliás, foi exatamente isso que sentimos por lá – apesar da friaca.
Para não perder: castelo de Ambras, as estações de esqui Stubai Glacier e Nordkette de Innsbruck, a Old Town e o típico mercado (MarktHalle). A Cidade Nova e a Cidade Velha de Salzburgo. Em Viena, a roda-gigante (Wiener Riesenrad) mais antiga do mundo ainda em funcionamento. Bem como, a colina Pöstlingsberg, onde se encontra um santuário de 1747 e se tem uma vista panorâmica da cidade de Linz.
Eslováquia
Um país que nos surpreendeu, tem muita coisa bacana para conhecer. Suas cidadezinhas e paisagens são, inegavelmente, lindas. Para não perder: o Castelo de Bojnice. Os resorts de esqui (Jasná, Srdiečko e Tále) de Chopok. Assim como, o lago congelado de Liptov. O centro histórico (Stare Mesto) de Košice. Em Bardejov, as casas góticas burguesas e as casas da população, em geral.
Em contraste com o seu passado histórico pesado, o país realmente encanta. Foi berço do papa João Paulo II e do pianista Frédéric Chopin. Em síntese, é repleta de palácios, castelos, igrejas, cidades e até mesmo grandes paisagens.
Para não perder: a maior praça medieval (Rynek Główny) da Europa, que fica na Cracóvia, bem como, o bairro judeu (Kazimiers) e a Basílica St. Mary – na qual o Papa João Paulo II foi padre.
República Tcheca
A República Tcheca possui destinos encantadores, cheios de locais históricos e culturais. De tal sorte que há muitos monumentos e cidades inteiras tombados e incluídos na lista de Patrimônio Histórico Mundial.
Para não perder: o centro histórico de Brno e os seus castelos (Špilberk e Veveří). O centro histórico de České Budějovice e a praça do mercado (Přemysl Otakar II). O Castelo de Český Krumlov e não só o mirante de onde se vê a cidade e o rio, como também a rua Náplavka que segue o percurso do rio Moldava.
Neste meio tempo, passe pelo Castelo de Hluboká, localizado em Hluboká nad Vltavou. Ele é considerado um dos castelos mais lindos do país. De todos os castelos que já conheci pela Europa, por certo, este é o mais lindo e encantador.
Alemanha
Na verdade, desta vez, a Alemanha só foi um ponto de passagem para nós no nosso roteiro de inverno na Europa. Entretanto, pelas minhas experiências em outras viagens, posso te dizer que é uma excelente escolha e tem muita neve no inverno também.
Para não perder: no interior da Catedral de Santo Estêvão, em Passau, está o maior órgão da Europa e um dos maiores do mundo.
Itália
A Itália é um destino que deleita qualquer um. Não só com sua deliciosa gastronomia, mas também com suas belas paisagens, sua riqueza histórica e cultural, perfeito para entrar no seu roteiro de inverno na Europa.
Nesta parte da viagem seguimos em duas pessoas e fizemos todos os trajetos de trem.
Obviamente, não faltaram prédios históricos, catedrais, castelos e inumeráveis obras de arte. O frio já estava bem mais brando, não pegamos tanta neve, mesmo assim, não nos recusamos a degustar os seus deliciosos vinhos com toda a abundância que a tradição italiana manda.
Para não perder: Passear deliberadamente pelas ruazinhas e canais de Veneza. Subir a Torre dei Lamberti, que fica na Piazza dei Signori, de onde se tem uma vista panorâmica de Verona e dos Alpes. O Borgo Stretto de Pisa. Assim como, passear pelas Muralhas e pela Via Fillungo que corta o centro histórico de Lucca. De Gênova, tem várias dicas aqui.
De fato, o clima rigoroso, os horários de funcionamentos reduzidos e as festividades de final de ano são detalhes importantes que você deve levar em consideração ao planejar um roteiro de inverno na Europa.
Inverno
Antes de tudo, nestes destinos, exceto na Itália, o inverno é realmente rigoroso. Na Polônia e na Eslováquia, pegamos temperaturas abaixo de zero. O pior frio foi -12°C em Liptovská.
Horários
Também é uma boa ideia se atentar aos horários de inverno. Os dias são mais curtos e, como resultado, muitas atrações turísticas funcionam com horários reduzidos. Não apenas isso, são poucas as que abrem nos dias de Natal e Ano Novo.
Em terceiro lugar, na Europa Central, os restaurantes fecham cedo, entre 21h e 22h.
Natal e Ano Novo
Nesta época de final de ano as feirinhas, decoradas com muitas luzinhas e grandes árvores de Natal, são muito tradicionais pela Europa.
Passamos o Natal em Innsbruck. A cidade estava lindinha cheia de luzes e decoração natalícia e a neve dava aquele clima dos filmes. Por outro lado, tivemos bastante dificuldade em encontrarmos um restaurante para a Ceia – dado que não havíamos feito reserva e os poucos que estavam abertos estavam lotados. Em resumo, achamos um que não tinha nada de especial. Tanto que comemos e logo saímos para andar mais um pouco pela cidade, mas estava tão frio que logo voltamos para o hotel.
Posteriormente, viramos o ano na Cracóvia. Comemos mais cedo, em um restaurante tradicional da cidade, e depois seguimos para a praça principal onde acontecia um show, animado com várias bandas. Estava completamente lotado e foi emocionante a hora da virada com todo mundo fazendo a contagem regressiva e a explosão de fogos. Porém, segundos depois o local se esvaziou. As pessoas simplesmente sumiram, ficamos até com a impressão de que era pegadinha, rss. Procuramos algum lugar fechado para ir, pensando que estivesse rolando outra festa, mas nada. Nesse hiato, acabamos parando em um pub para uns shots e logo fomos dormir também.
Viajando à nossa maneira
Como disse, a princípio, traçamos esse roteiro de inverno na Europa com o intuito de ver e curtir muita neve. Conseguimos. De fato, esquiamos, patinamos e contemplamos paisagens e cidades totalmente brancas. Ao mesmo tempo em que passamos por estradas cobertas de gelo, vimos lagos e, até mesmo, rios congelados.
Por mais que tivéssemos uma programação apertada – nas duas etapas não tínhamos muito mais do que um dia para conhecer as cidades – nós aproveitamos muito porque não portávamos nenhum tipo de obrigação turística. A verdade é que, afora a neve, o nosso único objetivo era passear e ter momentos divertidos e agradáveis. Nesse sentido, só não faço tudo de novo, porque ainda tenho muitos outros destinos na minha lista de “lugares para conhecer”.
Por fim, antes de decidir por este ou por qualquer outro roteiro de inverno na Europa, primeiramente, pense no estilo da viagem que você quer fazer. Isto é, se quer descer montanha abaixo a toda velocidade, conhecendo o maior número de lugares e cidades possíveis, ou se prefere patinar tranquilamente sobre o lago, conhecendo a fundo algumas determinadas localidades.
Seja como for, espero que todas estas dicas te ajudem a vivenciar um incrível inverno na Europa!
Imagem destacada: Banco de Imagens iStock
Créditos: @bluejayphoto