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Aqui vão as dicas para curtir a Chapada dos Veadeiros, fazendo a base em Alto Paraíso de Goiás. Esta foi a terceira vez que eu viajei para lá, sempre fiz um passeio em família, então não conheço o lado hardcore-mochileiro-camping. Sempre me hospedei em pousadas que tivessem um chuveiro quentinho e uma cama decente para a lombar dos véi! 😛
Alto Paraíso é a maior cidade da região, com mais estrutura, como hotéis, restaurantes, lojas e serviços, e portanto, a cidade mais procurada para ir à Chapada dos Veadeiros. Se você ainda não conhece, saiba que Alto Paraíso é o paraíso dos novos hippies e preserva um clima todo zen, voltado para a natureza, cuidado com o meio ambiente e com o nosso lado espiritual. E já deixo avisado: se você vai para lá, desligue o botão da pressa e ative o seu modo relax, vai ter muuuuita calma para ZzzZZZz contagiar você ZZzzzz por lá!
Fica em Goiás, ao norte de Brasília e de Goiânia. A estrada até lá, saindo de Brasília está novíssima (em 2015) e vale a pena percorrer os 250km de rodovia para chegar até a cidade, e ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, maior atração da região. Saindo de Goiânia, são 340km de distância até lá. Para aproveitar bem, recomendo pelo menos 3 dias na cidade, mas o ideal é tirar umas férias entre 5 e 7 dias, para conhecer bem as cachoeiras, fazer as trilhas mais bonitas e relaxar completamente na natureza.
A melhor maneira ainda é pela via terrestre. Até tem um aeródromo na cidade, mas não há vôos comerciais operando. É mais fácil voar até Brasília (ou Goiânia) e ir de carro até lá.
Você pode alugar um carro pela internet e já deixar reservado no próprio aeroporto. Outra opção é ir de busão, que pelas minhas pesquisas saem da rodoviária de Brasília e vão até Alto Paraíso, diariamente, pela manhã. Se você está em Goiânia, terá que ir à Brasília e lá, pegar o ônibus até Alto Paraíso. Mas o jeito mais fácil é ir de carro mesmo, até para conseguir chegar com calma ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e demais fazendas com trilhas e cachoeiras.
Todas as vezes que eu estive na Chapada dos Veadeiros, foi sempre nos meses de julho e agosto, que é a época ideal para ir até lá. O clima nesta época é seco, ou seja, é quase zero a possibilidade de chuva na região nestes meses, o que significa segurança nas cachoeiras. Quando chove (entre novembro e março) o nível das cascatas aumenta e há riscos de trombas d´água que são perigosíssimas.
Nas primeiras vezes que eu fui, eu era adolescente e confesso que os passeios eram mais cansativos para mim. Mas desta vez (já não mais adolescente, mas ainda uma pessoa muito jovem, tá) a coisa foi bem mais fácil. Na verdade quem sofreu mais foram meus pais, tadinhoooos! É pai, já se passaram 15 anos… É tempo viu! Mas tenha em mente que cada passeio é coisa para todo um dia, desde sair da pousada, chegar até os parques, caminhar até as cachoeiras, nadar, aproveitar a natureza e voltar já no fim do dia.
Para isso, é muito (muuuito, muuuuuito) importante se preparar com água e comida na mochila. Eu também levei uma mudinha de roupa extra, para trocar se a roupa ficasse muito molhada, seja com suor, seja com a água das cachoeiras. Também levei havaianas (as trilhas fiz de tênis) e protetor solar na mochila. E claro, minha câmera! 😉
Resposta rápida: trilhas. Muitas trilhas. Além do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, tem também algumas fazendas particulares, onde você pode fazer os passeios mais populares como o Vale da Lua, por exemplo. Vai lendo que eu vou te contar quais são os melhores passeios para fazer entre as váaaaarias opções:
O Parque Nacional é federal, público, patrimônio natural da humanidade e o melhor, grátis! Na minha opinião, deve ser o primeiro lugar para conhecer. Há quatro trilhas para fazer neste parque: -Trilha dos Saltos; -Trilha dos Cânions; -Trilha da Seriema e -Trilha das Sete Quedas, sendo esta última a única que requer agendamento prévio (já explico o porquê).
Eu fiz as trilhas dos Saltos e dos Cânions, em ocasiões diferentes. Ambas são lindas, de igual dificuldade (nível médio a difícil), com subidas em pedras, sendo 5km de extensão cada uma, ou seja, 10km para ir e voltar. Faz um unidunitê para escolher qual ir. Ou vai um dia nos Saltos e outro nos Cânions.
A trilha da Seriema é a mais fácil, com 800metros apenas. É a trilha ideal para ir com crianças ou idosos. Já a sete quedas é uma trilha de 23km, e para fazer esta trilha é necessário pernoitar no camping do Parque Nacional. Para isso, é preciso fazer o cadastro no site Oficial da Chapada dos Veadeiros, fazer o pagamento de R$6 por pessoa, por pernoite e ler tudo o que está escrito no documento deles! Eu não encarei esta trilha, portanto, não sei se é tão espetacular quanto dizem, mas ouvi relatos de que é fantástica. Tirando, é claro, a parte do banheiro, que não tem chuveiro. :O Éeee galera in natura, é banho de rio e sem sabonete!
Lembrando que o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é fechado às segundas-feiras, tem limite de visitantes por dia e a entrada só pode ser feita até as 12h. Na entrada, você terá que ver um vídeo com as instruções de segurança, preencher um cadastro e deve sair até no máximo as 17hs! Se sair depois do horário limite, tem multinha dolorida para você! Ufa!
O Vale da Lua é uma formação de pedras por onde passa o rio São Miguel. As pedras foram com o tempo sendo esculpidas pela água e parecem crateras lunares no meio da natureza. O lugar é um dos pontos mais visitados da Chapada dos Veadeiros e realmente, chama muito a atenção pela beleza natural.
Para chegar lá, é necessário fazer uma trilha de dificuldade média, com 600metros de caminhada. Como é uma propriedade privada, cobra-se entrada! Em 2015 o preço de entrada era de 15 reais! Bom, o acesso ao Vale da Lua é pelo sentido São Jorge, são 30km de alfalto e mais 5km de estrada de terra batida, mas está bem estruturadinho.
Evite ir no vale da lua se estiver chovendo! Aliás, evite toda a chapada na época das chuvas, porque o rio pode encher e daí fica perigoso.
Imagem: Wikimedia
Almécegas são duas quedas d’água que ficam em um propriedade privada, cobra-se a entrada de R$20 por pessoa! O passeio nas duas cascatas é muito legal! Almécegas I é um pouco mais difícil de chegar, a cachoeira fica num poço delícia de mergulhar, apesar da água gelada! A trilha é, na maior parte do tempo, fácil, exceto na chegada da cascata, onde é necessário um pouco de habilidade para descer as pedras. Lembrando que para voltar, tem que subir as mesmas pedras!
Já Almécegas II fica na corredeira do rio, onde há, por sua vez, muito mais sol e água não fica tão gelada. Ambas possuem um visual incrível e são um passeio de um dia inteiro.
Na propriedade tem um restaurante, mas eu não conheci! Fiquei com o lanchinho da mochila que segurou bem a onda.
Outra propriedade privada. O preço estava em R$10 por pessoa em 2015. É uma cachoeira bem bonita com trilha fácil de 400metros. O lugar é mais para famílias, tem um restaurante e dá pra ficar o dia todo sentado e curtindo o visual. O rio vai desembocando em várias pequenas cachoeiras que se encontram no caminho até a queda maior, a cachoeira dos cristais.
A chegada até o poço é um descidão, o lugar é bem bonito, bom para passar uma tarde, por exemplo. Suba com calma na volta! Para chegar lá, a estrada são 5km de asfalto sentido Cavalcante e depois tem 3km de terra batida, na entrada da fazenda.
Há muitas outras cascatas na região, na verdade só o centro de informações turísticas recomenda mais de 20 cachoeiras com trilha para fazer durante a estadia na Chapada dos Veadeiros. Além disso, há tirolesa, vôo de balão, rapel, escalada, enfim, muitas aventuras por lá. Antes de encarar qualquer um, se informe no centro de informações turísticas quais são os guias cadastrados e quais os mais recomendados por eles. Segurança é sempre o mais importante neste tipo de passeio né! 🙂
Para ver o famoso pôr do sol da chapada, o Jardim de Maritreia é um dos lugares mais recomendados. É uma trilha curta, de uns 50 metros no máximo, e pára na cerca que fecha a propriedade privada. Vá até essa cerca e pronto, você vai ver um visual lindo para assistir ao pôr do sol por lá. Outro ponto que também vale a pena é a entrada do aeroporto de Alto Paraíso. Você pode simplesmente parar o carro lá ou tentar entrar no aeroporto. Dependendo do vigilante, ele pode deixar você entrar e subir no prédio para assistir de camarote ao pôr do sol na chapada dos veadeiros! 😀
Bom, a cidade já é um pouco fora da rota turística convencional. Ela é bastante psicodélica e zen, aliás, dizem que é o lugar mais místico do Brasil, em razão dos cristais encontrados na região. Há lendas de contatos com ovnis e extraterrestres por alí. E dizem que se o mundo acabar, alí é o pedaço que sobra. Bom, se é verdade ou não, eu não tenho idéia, mas a programação mais fora da rota que você vai encontrar em Alto Paraíso tem a ver com este lado B da cidade.
Tudo que é massagem e terapia eles têm! Tem shiatsu, drenagem linfática, reflexologia, massagem integrativa (seja lá o que for isso), Florais de Bach, Acupuntura, Reiki, Sais de Schuler, Fititerápicos, enfim, o universo é infinito! Para saber tudo, vá no atendimento ao turista, que fica na avenida principal de Alto Paraíso. Lá eles têm um livrão com todos os serviços oferecidos e os contatos das pessoas. É, nada de mundo online por lá, eu diria até que é uma cidade wifi free. Desconecte-se!
Eu tentei entender o que é o guia místico lá no atendimento ao turista, mas nem eles sabiam exatamente o que era isso. O que eu consegui captar é que o guia místico leva as pessoas a lugares que, segundo eles, possuem uma energia diferente. Daí eles explicam porquê a energia flui de um jeito diferente nestes lugares, convidam as pessoas a meditarem, a sentir o som, o cheiro deste ambiente mais puro e iluminado. Bom, se você for num guia destes, depois me conta como é a experiência, tá!?
Como Alto Paraíso é uma cidade que vive do turismo na Chapada dos Veadeiros, há várias pousadas por lá. Recentemente me hospedei na Pousada Recanto da Grande Paz, um lugar caprichadíssimo, com ótima infraestrutura e café da manhã delícia!
Pousada Recanto da Grande PazEndereço: Rua Dois, 322, Alto Paraíso de Goiás
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Imagem: Booking.com
Bom, já falei algumas vezes das chuvas, que realmente deixam o passeio muito perigoso. Portanto, se estiver chovendo, melhor deixar para fazer uma massagem ou qualquer coisa longe das cachoeiras, ok?
Faça sempre as trilhas com tênis, pode ser um surradinho mesmo, já que você vai empoeirar os sapatos pela chapada. Além disso, leve garrafas d´água com você, pelo menos 1litro por pessoa. Como é muito seco, manter-se hidratado é primordial.
Também leve lanches, porque nem sempre há restaurantes nas trilhas e ficar sem comida é no mínimo cansativo, ainda mais depois de caminhar! Nada de maionese, chocolate, ou coisas que estraguem ou derretam na mochila, ok? Prefira frutas, sanduíches naturais, sucos, por aí vai! Uma dica: congele a garrafa d´água (ou suco) na noite anterior e carregue na mochila no dia seguinte. Assim, o gelo vai derretendo e você terá água fria por mais tempo durante o passeio!
E o mais importante: não deixe nenhum tipo de lixo na natureza, nem mesmo cascas de frutas. É importante preservar a natureza como ela é, deixá-la intacta para que outros também possam usufruir do local como você. 😉
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Imagem Destacada: Banco de Imagens iStock
Créditos: Rodrigo S Coelho