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“Nunca fiz bike no Brasil”, diz Ester, brasileira que vive há 4 anos na Suíça e recentemente fez uma viagem bem diferente pelo país. Ela e o marido montaram uma rota para cruzar os Alpes Suíços de bicicleta, totalizando 23 dias de passeio por paisagens exuberantes, picos nevados, lagos de águas cristalinas e muita aventura.
“No total, foram 15 dias pedalando. Os demais dias foram curtindo alguns destinos que queríamos muito conhecer na Suíça”, conta Ester.
Juntos, eles fizeram 794km de bicicleta em 52 horas de pedal pelas montanhas alpinas. Ester, que jamais teve qualquer tipo de treinamento anterior voltado ao ciclismo, explica que a força de vontade é fundamental para este tipo de desafio. “A viagem começa linda, parece que vai dar tudo certo, mas quando você encara de frente a primeira subida nos Alpes é aí que você precisa encontrar as grandes motivações dentro de si”, explica.
“Para mim, bicicleta era passear no Parque Ibirapuera de vez em quando. Eu jamais pensei que pudesse fazer uma viagem de bicicleta, principalmente considerando estas montanhas tão poderosas que são os Alpes. Mas com as metas na cabeça, a sensação de superação é maior do que o cansaço e isso te motiva a seguir conquistando novos caminhos.”
A rota foi planejada saindo de Spiez, cidade onde vive, e chegando até a região de Ticino, que é famosa por seus vales esverdeados e temperaturas mais agradáveis durante o verão da Suíça. No caminho, ela passou pelos Alpes Berneses, a região de Lucerna, um pedaço de Schwyz, Uri, até chegar finalmente em Ticino, o cantão italiano.
“Nós escolhemos o verão por ser a melhor época para pedalar. E Ticino por ser a região mais agradável”, explica.
O trajeto ainda incluiu um pedaço de ciclismo na Itália, onde Ester pôde comparar a atividade no país vizinho. “Quando chegamos a Ticino, fizemos o acampamento perto da fronteira com a Itália e fomos até o Lago de Como. Mas sentimos muita diferença na estrada italiana. Na Suíça, o ciclista é respeitado, ainda que muitos carros estejam atrás esperando o momento certo da ultrapassagem. Não há pressão nas rodovias suíças. Na Itália passam motos, carros buzinando, a insegurança é muito alta.”
A aventura, que começava cedo sobre duas rodas, terminava nos acampamentos de cada cidade onde o casal planejou se hospedar. “Tivemos que levar a barraca, nossas roupas e equipamentos para o camping nas nossas bicicletas”, conta Ester. “Cada bike carregava 20kg de peso, e nós ainda tínhamos mais 5kg nas mochilas. Foi duro, mas divertidíssimo”.
Sobre a experiência nos acampamentos, Ester conta que o mais emocionante foi visitar um camping selvagem, diferente dos campings de lazer. “Foi a primeira vez que eu estive em pleno contato com a natureza desta forma. Num camping selvagem, é só você e a natureza. É frio, mas ele deixa de ser importante. Você só quer contemplar a beleza que está ali, na sua frente. A natureza grita, de tão poderosa. E você respeita. Você quer tocar as estrelas com a mão. Eu chorei de emoção ao ver o sol nascendo na geleira.”
Ester vive na Suíça desde 2013. Ela deixou o Brasil para viver com o namorado no país dos Alpes. Casou-se e hoje trabalha em Interlaken. Em seu instagram @esterzinha.na.suica conta as histórias sobre bicicleta na Suíça. Para saber mais, siga o Esterzinha na Suíça no Facebook, no You Tube e no Instagram.