-
Posted By admin
-
-
Comments 0
Foi de uma hora pra outra que decidi ir para o México nas férias. A dúvida rondava a minha cabeça há um bom tempo, eu queria algo diferente, totalmente novo, um lugar que me contasse histórias, me apresentasse pessoas simpáticas e me oferecesse comidas deliciosas e tudo isso a preços convidativos. Não poderia ter feito melhor escolha. “Vou para o México!” E assim, me aproveitando do meu surto ansioso, que comprei a passagem e um guia do país. Era tudo o que tinha para me ajudar a planejar um dos melhores 20 dias pelo México!
Como planejar os 20 dias pelo México?
Os dias iam passando e eu, simplesmente afogada com o trabalho e demais afazeres, não tinha tempo de me programar direito.
Confesso que isso me gerou uma certa aflição, pois sou a típica pessoa que planeja até mesmo os tropeços na calçada, mas creio que essa falta de tempo e a vontade de viver o acaso, me renderam uma viagem incrível. Eu só sabia de uma coisa quando decidi ir para lá: nada de Cancun.
Folheando o guia, escolhi algumas cidades que gostaria de conhecer, todas ao sul, percorrendo o roteiro Maia do país. Mérida, Chichen Itzá, Tulum, Palenque, San Cristobal de las Casas e Oaxaca. Deixei para decidir definitivamente quando chegasse na Cidade do México e encontrasse meus amigos mexicanos, que me receberiam ali.
Como escolher as cidades na sua viagem para o México?
Os preparativos foram simples. Com a lista de cidades na mão, o telefone dos amigos também, horas antes do embarque preparei a minha mala. E eis o segredo de uma viagem agradável pelo México: menos é mais. Minha mini mala tinha apenas 7 kg de peso, era quase uma bagagem de mão. Umas 5 blusas, 3 shorts, uma calça jeans, uma jaqueta, vários pares de meia, filtro solar, uma havaianas e um único par de tênis. Aprendi esse segredo vivendo na Europa e fazendo mochilão por lá. Muitas horas de ônibus me esperavam, assim como várias noites em albergues diferentes, o conforto e praticidade falaram mais alto e ainda bem que eu escutei isso a tempo!
Viajando para o México
A melhor maneira de voar sem escalas para o México é pela Aero México. Dentro do país, companhias aéreas como a Mexicana, são seguras e com preços bons. Para percursos de ônibus, em qualquer rodoviária você encontrará inúmeras opções de linhas e horários. O melhor site para reserva de albergues e pequenas pousadas é o booking.com, onde você encontrará várias opções ranqueadas pelos usuários em termos de localização, higiene, segurança e etc. Sempre uso em viagens e assino em baixo. Leve uma mala pequena, um tênis confortável, filtro solar e muita animação.
Chegando no México
A Cidade do México é meio como São Paulo. Grande, meio caótica, poluída e com suas zonas de lugares perigosos que é bom evitar. “Não pegue taxi na rua!” Foi o que mais escutei de todos e digo, respeitem essa recomendação.
Ao chegar no aeroporto da Cidade do México, há algumas empresas que oferecem o serviço de transfer, como por exemplo estes oferecidos pela Amigo Tours LATAM. As corridas são um pouco mais caras, porém mais confiáveis.
O metrô também é perto do aeroporto, mas é recomendável a sua utilização em caso de muita coragem, o que não era a minha situação… Eu fui no meu transporte privado mesmo, e quando entrei no carro, fui recebida por um motorista tão simpático, que já comecei a me animar mesmo cansada do vôo! A simpatia dos mexicanos deveria ser um capítulo à parte, pois nunca vi povo tão receptivo como eles!
A Cidade do México
Os melhores bairros para turista se hospedar na Cidade do México são a Colônia Roma e Condessa. São bairros próximos ao centro histórico e do Paseo de La Reforma, a avenida mais bonita da cidade. São bairros com lojinhas especiais, com pequenas praças entre as ruas, vários restaurantes deliciosos, bares e pubs, com uma vida noturna muito ativa.
O Paseo de La Reforma, a avenida mais charmosa da capital mexicana, foi inaugurada na década de 1860 pelo imperador Maximiliano, ligando o centro da cidade ao Castillo de Chapultepec, sua então residência. Vale uma visita ao Bosque de Chapultepec e ao Castillo, que hoje abriga o Museu Nacional de História.
Ali ao lado também fica o Museu Nacional de Antropologia e é altamente recomendável fazer uma visita com calma para conseguir assimilar todo o conhecimento que esse museu oferece. Do outro lado do Paseo está o centro histórico, com suas ruazinhas mágicas onde, longe da zona turística, você poderá encontrar restaurantes tipicamente mexicanos com tacos a preços super convidativos e deliciosos. Abuse da pimenta e calce aquele tênis confortável, porque ali vale a pena andar muito.
Na Alameda Central, uma feirinha diária, com todos os produtos que você imaginar, cercará o lindo Palácio de Bellas Artes, onde você deve entrar e admirar os belos painéis gigantescos de Diego Riviera e Rufino Tamayo. Continue caminhando por ali e vá ao Zócalo, visite a Catedral, o Templo Mayor e o Palácio Nacional. Sente em um bar e peça uma porção de churros com chocolate e aproveite a vista daqueles prédios antigos maravilhosos, a movimentação e alegria do povo mexicano, que é sem igual.
Também altamente recomendável é um passeio pelos bairros de San Angel e Coyacán. As ruas desses bairros, que são vizinhos, são perfeitas para um passeio tranquilo à pé. Lindas praças e igrejas, muita cor e alguns museus famosos também podem ser encontrados lá, como o Museu Frida Kahlo, a casa onde ela e Diego Riviera viveram. Dica: Aproveite uma tardezinha ali, tomando um café no jardim.
Se você tiver na pilha, pode ver um show de Lucha Libre, que é quase um teatro, com as máscaras mexicanas e muita energia! É divertido!
Eu estive uns 6 dias na Cidade do México, tempo curto, mas consegui ver e aproveitar cada lugar. Mas a viagem precisava continuar, então peguei um vôo e fui para a cidade de Mérida, ao sul!
Viajando pelo México: Mérida
A cidade não é tão pequena quanto eu imaginava, mas é convidativa e com seu centro histórico charmoso. Nota-se muito a influência espanhola ali, mas o toque mexicano é visto nas cores dos edifícios. Mérida foi a minha porta de entrada para o mochilão. Ali, em todos os hotéis e albergues, você encontrará pacotes de viagens para Chichen Itzá, Uxmal e locais próximos.
Foi no próprio albergue que contratei um pacote para Chichen Itzá, um dia inteiro, saindo cedinho e voltando no fim do dia. Essas são as melhores opções, pois conta com guias turísticos, que ajudam a contar a história dos locais. As opções de guias em português praticamente não existem, mas é fácil encontrar guias em inglês, além do espanhol, claro.
O passeio a Chichen Itzá é cansativo, assim como a todos os sítios arqueológicos mexicanos. Como fui em março, o calor não estava tão intenso, mas mesmo assim prepare um boné, tênis confortável e bastante filtro solar. Também é recomendável levar água ou lanches, pois ali não há lugares para comprar alimentos, a não ser na entrada. Os vendedores ambulantes incomodam e estão por todas as partes por lá.
Nunca aceite o primeiro preço oferecido, peça sempre menos. Eu, que não sou lá uma boa negociadora, consegui descontos de 40 e até 60% e o artesanato é lindo e vale a pena. Nunca deixe para comprar em outro lugar, se você viu e gostou, leve, pois as peças mudam a cada cidade e provavelmente o que você encontrar em uma cidade, não encontrará em outra.
Se eu pudesse, teria feito uma experiência mais VIP e menos mochileira como o tour que sai às 3h30 da manhã de Mérida para ver o amanhecer em Chichen Itzá, com café da manhã no hotel Mayaland! Aqui no link tem mais infos sobre este passeio super especial.
Ônibus no México
Comprar passagens de ônibus no México é muito fácil. As opções de horários são imensas e basta ir até uma rodoviária e escolher o tipo de ônibus que quer viajar. Tem dos mais simples, aos mais luxuosos, com serviço de bordo e tudo! Claro que como uma boa mochileira, eu não me dei tantas mordomias e o mais interessante foi justamente isso, viajar nos ônibus mais baratos, junto com o povo mexicano mesmo.
Ali ia escutando histórias, conhecendo gente e também sofrendo com o barulho das crianças, o que não deixa de ser normal em situações assim. A própria empresa vende travesseiros e mantas para viagem, que custam uma pechincha e valem a pena. Como eu viajava muito à noite e por distâncias longas, acabei comprando uma manta, que andava comigo, amarrada na minha mochila. Essa foi a minha grande e única companheira de viagem.
Península de Yucatán
Depois de Mérida e Chichen Itzá, dei uma parada em uma fazenda em Vallaidolid, na Península de Yucatán, terra dos Cenotes sagrados.
Os Cenotes são buracos imensos no meio da terra de onde brota água. Até hoje não sei explicar bem o que é aquilo, parece algo de outro planeta e lá você poderá ver inúmeros destes. Na fazenda encontrei um xamã maia, um dos poucos que ainda mantém a tradição familiar dos seus antepassados e busca a cura por meios alternativos. Ali fiz uma iniciação espiritual que tem como objetivo curar as feridas internas e equilibrar as energias, curando o interior para sarar o exterior. Não é algo tão voltado para os turistas, fiquei sabendo por um amigo mexicano que já havia feito e me recomendou. Como sou muito ligada a essas coisas, acabei indo sem pudores e vivi uma das experiências mais fantásticas da minha vida ali, naquela meia hora de massagem. Essa massagem é feita com óleos naturais e espinhos de cactus da península, que confesso, machucam um bocado, mas a dor não é ruim, é uma espécie de “do in maia”, capaz de mudar o seu humor e causar reflexões e lembranças que num estado normal, você não conseguiria ter. Saí dali em estado flutuante. Não conseguia sentir meus pés pisando o chão, as recomendações eram: nada de carne, cigarro e bebidas alcoólicas por 3 dias. Eu não conseguia falar. E por isso não conheci Vailladolid, peguei o primeiro ônibus que me levaria a Tulum.
Tulum
A cidade de Tulum em si não tem muito a oferecer, a não ser as ruínas e o mar do Caribe. Como fiquei pouco tempo lá e estava em estado meditativo, acabei aproveitando mesmo somente esses 2 lugares. O mar é de um azul estúpido de lindo, as ruínas são fantásticas e novamente é recomendável contratar um guia para o passeio. Não compre o serviço oferecido logo na entrada do sitio arqueológico, ele custa muito mais caro e não vale a pena. Na bilheteria você pode encontrar guias cadastrados que fazem o mesmo percurso a preços mais amigáveis.
Como saía mais caro pagar um guia individual, saí perguntando pras pessoas na fila se queriam dividir um guia e fechei um pacote que me custou menos da metade do preço. A vista é maravilhosa, os turistas americanos são numerosos, assim como em Chichen Itzá, então é recomendável paciência. Como esses picos estão perto de Cancun, é comum ver muitos europeus e americanos nessas áreas. Por isso negocie sempre com os locais, eles tendem a cobrar muito mais caro em tudo por isso. Após sair das ruínas, fui pra praia ao lado, sentei num bar na areia e fiquei observando o mar enquanto tomava ‘agua de Jamaica’, uma bebida que você só encontra no México e comia tacos, enchilladas e quesadillas.
Palenque
Próxima parada: Palenque. Ainda em estado grogue, após passar um dia mágico em Tulum, peguei o último ônibus da noite e fui para o Estado de Chiapas, o mais fantástico de todos. Cores, revolução, vegetação verde, selva e ruínas. Palenque me recebeu de braços abertos, num albergue no meio da selva, onde os mosquitos não davam sossego e os passarinhos cantavam sem parar. Cheguei no início da manhã, a cidade, como Tulum, não tinha nada de interessante, deixei as malas e fui para as ruínas. Como de costume, o pacote desse passeio também você pode encontrar nos hotéis, mas, na pressa, acabei contratando um sem guia e tive que me virar. Na entrada do sitio arqueológico há várias ofertas de guias, oficiais e não oficiais e a diferença é notada no preço. Contratei um estudante de história, não oficial, que após muito negociar fez um preço amigo. Eis a vantagem de ser brasileira nesses momentos, é um ponto que conta a nosso favor! Em Palenque você pode subir nas pirâmides e a vista é algo magnífico. Vale a pena uma manhã inteira perdida por entre caminhos e escadarias, mas tive que sair correndo para conhecer o interior do estado: Água Azul, um complexo natural com mais de 500 cachoeiras, com alturas que variam de 3m a 30m, além de piscinas naturais com água azul cristalina nas rochas. Leve sua roupa de banho a aproveite a tarde ali! Também conta com restaurantes típicos e indiozinhos que ficam tentando te vender de comida a artesanato a todo custo. No meio do caminho passamos pela cachoeira de Misol-Ha, que fica em plena floresta tropical, e não pude deixar de me lembrar de Pirenópolis.San Cristobal de las Casas
A viagem seguiu seu percurso e fui parar em San Cristobal de las Casas. Essa sim, uma cidadezinha tipicamente mexicana, colorida e viva, com influência espanhola notável. No meio do caminho fui presenteada com uma barricada zapatista, um protesto pedindo água encanada ao governo, em um pequeno povoado na estrada. Ficamos umas 2 horas parados ali, até que liberaram um trecho da rodovia. O caminho é lindo, montanhas e muito verde. A cidade é pequena e charmosa, com restaurantes e bares espalhados pelo centro, onde você pode tomar sua michelada (cerveja com limão e sal) tranquilamente enquanto observa o movimento. Ao lado está o povoado de San Juan Chamula, onde a grande atração é uma feira em frente à Catedral, que também merece ser visitada. E há também o Cañón Del Sumidero, um cânion cheio de história, onde reza a lenda, que centenas de índios preferiram se jogar no precipício a se submeterem às forças invasoras espanholas. O passeio é feito de barco e pode ser contratado em qualquer hotel da cidade.
San Cristobal de las Casas foi sem dúvida o lugar mais gostosinho do passeio. Tanto que acabei ficando um dia a mais e adiando a minha ida a Oaxaca, a cidade mágica dos tapetes e alebrijes (bonecos de madeira lindamente pintados a mão). Um pouco maior que San Cristobal, tente ficar em algum hotel perto do centro histórico. A praça central é movimentadíssima e vale um almoço num dos restaurantes dali para observar a movimentação e a alegria do local. Sorveterias com sorvetes de frutas típicas estão por toda a praça e há menus degustação de comidas típicas oaxaqueñas, que vale a pena. Ali é a terra dos Chapulines (grilinhos fritos) e tamales (uma espécie de pamonha mexicana), além dos Moles, que são molhos que acompanham carne ou quesadillas, e o mais tradicional é feito com chocolate e especiarias. Um sabor diferente, vale a pena provar. Ao lado de Oaxaca está o Monte Albán, um sitio arqueológico no meio do deserto. Não se esqueça do seu chapéu, filtro solar e água, muita água
Links úteis para a sua viagem
Aqui vai uma lista com alguns links interessantes para te ajudar com a sua viagem. Se tiver dúvida, é só fazer um comentário que eu responto!
Para encontrar um hotel bom e barato, eu uso o Booking.com. Mas eu tenho alguns truques aqui neste post com dicas para economizar na hora de reservar um hotel.
Outra ferramenta legal para encontrar passeios e tours é a Get Your Guide. Essa é uma empresa que seleciona tours em todo o mundo e você pode reservar os passeios com antecedência sem sair de casa. Os preços deles são ótimos e tem muita coisa em Português! Além dessa, eu uso bastante a Tiqets, que tem a vantagem de dar os bilhetes no celular, sem precisar imprimir.
Para quem viaja de carro, aqui vai um post com dicas para alugar um carro pela Europa. A lógica é parecida para outros continentes. Para comparar as tarifas das locadoras, eu uso o site da Rental Cars que já coloca todos os preços juntos e poupa um tempo danado!
Recentemente eu descobri a Seguros Promo para quem precisa cotar seguro de viagens ao redor do mundo. Como o seguro de viagem é obrigatório para muitos lugares, eles dão boas ofertas e 5% de desconto para os leitores do blog se você clicar neste link aqui.
Imagem Destacada: Banco de Imagens iStock
Créditos: Torresigner