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Quer saber como foi a história do Brasil na segunda guerra mundial? Um jeito interessante é percorrer a rota na Itália, num passeio organizado pelo Monumento Votivo Militare Brasiliano, que faz a rota da Força Expedicionária Brasileira na segunda guerra mundial pelas mesmas cidades e vilas que os soldados brasileiros estiveram em 1944. Além das paisagens fantásticas dos apeninos italianos, você irá se emocionar com a história, os dramas e a homenagem que nossos soldados receberam lá do outro lado do atlântico. Preparados?
Em 1944, o Brasil enviou tropas à Itália, em uma operação militar dos aliados com o Brasil na Segunda Guerra Mundial. A FEB – Força Expedicionária Brasileira – atravessou o Atlântico e cruzou o mar mediterrâneo, em direção à Itália, em direção ao campo de batalha daquele terrível episódio da história mundial. O Brasil foi o único país da América Latina a enviar tropas para o continente europeu na segunda grande guerra. Em agosto de 1942 a guerra foi declarada, em resposta a ataques alemães a navios brasileiros que causaram a morte de 607 pessoas. Cerca de 25.000 brasileiros foram enviados para liberar as cidades italianas do domínio Nazi-Fascista, entre eles, pracinhas, oficiais, enfermeiros e reservistas. Ao lado de americanos e partigianos (rebeldes italianos que formaram uma força de guerra junto aos aliados), os brasileiros conquistaram 400km de terra, liberaram mais de 50 cidades, sofreram o rigor do inverno europeu e conheceram o terror com seus próprios olhos nas regiões da Toscana e Emília-Romana.
Pouca gente sabe, mas vários monumentos em homenagem aos soldados brasileiros foram erguidos nas cidades por onde as tropas passaram, e se você tiver interesse pela história do Brasil na Segunda Guerra Mundial, é possível percorrer a rota da FEB na Itália – um passeio emocionante, bem no meio dos apeninos italianos. O mais importante monumento encontra-se em Pistóia, cidade que preserva a dolorosa memória das 468 vidas perdidas em guerra. Os soldados brasileiros que morreram lutando naquela guerra absurda foram enterrados ali, antes de serem transportados para o Brasil, tempos depois. É triste pensar que esta guerra causou a morte de milhares de pessoas, entre eles, estes heróis que têm sua história quase esquecida em nossas salas de aula.
Os soldados brasileiros da FEB, ao entrarem em uma Itália desesperada, calejada pela guerra, deram um novo significado à palavra “nobreza”. Diante do horror que estavam presenciando, eles conquistaram a simpatia da população através de atitudes solidárias e respeito pelos locais. A guerra roubou sonhos e esperanças, mas não conseguiu acabar com a brasilidade daqueles soldados. Compadecidos pelo sofrimento daqueles que estavam vivendo a guerra em seus portões, os pracinhas da FEB levaram água, comida e um pouco de paz àquelas famílias italianas. Esta atitude conquistou o coração dos italianos e de algumas italianas que se apaixonaram nos tempos mais difíceis – ah o amor, nunca marca hora! Na Rota da FEB, você vai conhecer várias destas histórias, e se tiver sorte, pode topar com os filhos e netos de um Brasil-Itália. Entre as belas histórias, leve consigo um lencinho de papel: lágrimas serão inevitáveis.
Após a vitória dos aliados na guerra, um soldado brasileiro, apaixonado por uma bella ragazza, trocou cartas de amor até o dia do seu casamento. Ex-combatente de guerra, ele teve que lutar para conseguir encontrar a sua amada na Itália e poder enfim viver o amor em tempos de paz, quando nasceu Mario. Hoje, Mario é responsável pela manutenção do monumento Votivo Militar Brasileiro, em Pistóia, erguido em memória dos soldados brasileiros que lutaram na segunda guerra mundial, entre eles, seu pai. No coração da Itália há um cantinho brasileiro, que vale muito a pena visitar.
Junto ao monumento, que foi inaugurado em 1966, há também um pequeno museu com objetos e pertences utilizados pelos combatentes de guerra. Os nomes dos solados que lutaram e caíram em guerra estão gravados nas paredes do monumento.
A rota realizada pelo Brasil na Segunda Guerra Mundial é composta pelos monumentos de Monte Castelo, em Gaggio Montano, o monumento ao Soldado Brasileiro, o Museu Histórico em Montese, e os monumentos Castelnuovo e Cereglio, em Vergato. Monte Castelo foi a maior batalha dos brasileiros, que tiveram que vencer a chamada Linha Gótica, barreira de proteção alemã que cortava a Itália de costa a costa. Esta batalha durou 3 meses e foi a que provocou mais mortes do lado brasileiro.
Aos pés do Monte Castelo, umo arco aponta para a terra representando a morte, enquanto o outro arco aponta para o céu, representando a transcendência daquelas mortes. Os restos mortais dos soldados brasileiros que morreram na segunda guerra mundial estão hoje no Monumento ao Pracinha, localizado no aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. O símbolo da Força Expedicionária Brasileira é uma provocação àqueles que diziam “é mais fácil ver uma cobra fumar que a FEB ir à guerra”.
Pistóia fica entre Pisa e Florença, e a rota segue em direção ao norte. É possível percorrer os caminhos em 1 dia, saindo de Pistóia e seguindo em direção a Montese. A minha sugestão é alugar um carro em Pisa e fazer o percurso de carro. Sem carro é bem difícil entrar nos vilarejos e montanhas. Vá primeiro a Pistóia, onde você pode conseguir todas as informações sobre a rota, conhecer os melhores caminhos e negociar o passeio com guia. Leve um GPS com você, porque tem uns lugares bem difíceis de acessar. Aproveite para almoçar em alguma das fazendas espalhadas pela região e conhecer a produção de vinhos e queijos – as paisagens são incríveis, portanto, não esqueça de carregar a sua máquina!
Endereço: Via delle Sei Arcole Pistoia, PT, Toscana, Italia: 51100
Se você quiser saber as informações sobre a rota da FEB no Brasil, envie um e-mail para [email protected] . A página oficial do Facebook é
http://www.facebook.com/MonumentoVotivoMilitareBrasilianoPistoia .